segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Despedaço

Não me deixa. Ainda. Não aprendi a dizer adeus. Todos os dias procuro sua lembrança na minha gaveta; desde minha concepção até a última lágrima. Que rola. De um lado pro outro e não acha posição. Ora presa na garganta, ora escorrida. Não se apaga, não. Que eu me bato e debato. Comigo mesma tentando entender. É que ninguém veio aqui me dar explicação. Quando fui. Já tinha ido. Pra longe do meu abraço. E consciência. Não quero me entregar sozinha. Não quero levantar meu véu. Quero ser fotografada. Por essa tua alegria de me amar. Acima de tudo. De me adorar e adornar. Com teus carinhos, mimos, compreensão e orgulho. D'eu ter me tornado o que sou. Parte de você. E despedaço. Deixo por aí minhas partidas. Não sei se aguento chegar. Tantas mãos se estendem: seguro em todas pra achar você. Abarroto de esperança que você vá voltar. Em outra parte. De mim. Gerada. Girando. Umbilicando mais uma vez.

No playlist toca: "Epílogos e finais", (Agridoce).

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aos súditos.

A rara princesa desceu de sua torre. Buscou conhecer tal reino. Tão tão distante. Ela tinha perdido um pedaço seu. Aos poucos, aquele povoado foi desvendando seus olhos: eram seres encanta-dores. E faz cicatrizar. Não podia abrir mão. Embora, ora resistentes, ora acolhe-dores. E faz anestesiar. Ela tinha perdido um pedaço seu. E jamais voltaria a encontrar. Seu rei. Sua coroa. Em seu efêmero castelo. De areia. De "Copacabana". Sobreviveu àquela roda. Ainda que tenha perdido um pedaço seu. O mundo continuava a girar colocando tudo no lugar. Que era tão tão distante da côrte e do corte. E agora tão súdita, reveren(ans)ciava aqueles que insistiam em lhe en-cantar: "Não tema, esse é o reino da alegria".

"Deixe-se acreditar", (Mombojó).

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu quero ficar sozinha

Entre meus pensamentos e lembranças. Sentir ficou pesado desde que abri mão de não me importar; querer ficou difícil desde que conseguir ficou impossível. E entre esses recortes, eu acho um pedaço meu. Que ficou lá atrás. Antes de você. Já não me reconhecia mais sem juntar as peças e; pensamentos vis, ilusões macabras faziam de uma realidade fantasiosa. Prazer. Eu me chamo... Mas não escuto além de um eco ôco que insiste em me fazer companhia. Mas é que não preciso mais de companhia. Não quero precisar. Quero deixar de ser quem sou pra ser o que eu quero ser. Quero ser menos lá e mais cá. As vezes, um amor platônico tem mais serventia que um risco certeiro. E eu não quero acertar. Sempre. Fui torta. E você, pedaço meu, se perdeu. Se esquivou? Teve medo? Ou só não quis. A gente não explica quando não quer. A gente só não quer. Mas quando a gente quer. Que estraga tudo. Que desanda a mão. Dá a tua. Segurança. E me larga. Forte. Pra eu não voltar mais, não te querer mais, não te precisar mais. Porque embora eu precise, eu não quero ficar sozinha.

No playlist toca: "Quem vai dizer tchau", (Nando Reis).

domingo, 13 de novembro de 2011

Um dia, quem sabe.

E no meu conto você chega disposto a me arrebatar; me afoga em teus olhos, suspende meu ar, inspira meu sopro de vida. Vai escrevendo na minha pele nosso caminho. Torto. Cheio de longos atalhos perdidos. A gente leciona amor, prega felicidade e gera afeto. Na minha historia não existe final mas, começo feliz. A gente não adoece ou compadece. A gente cede porque diferencia se completando. A gente joga e não julga. A gente aceita e aprende. No meu sonho a gente não acorda, a gente desperta. Irradia. Acalenta. A gente acolhe se colando pra dar colo. Na minha ilusão você me gosta e eu te gosto. E isso basta.

No playlist toca "Exato momento", (Zé Ricardo).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Até logo mais

Eu rio de mim todas as vezes que penso em você. Não achei que conseguiria ser tão cruel à ponto de me inverter pra achar você. E toda vez que tento não pensar, me lembro que não posso esquecer. Porque ficou impregnado na minha pele, ficou manchado no meu pensamento e cicatrizado na minha alma. Você não ajuda com essa mania de encaixe perfeito em mim. Desejando a lembrança de quando funde tuas mãos nas minhas costas, desliza os dedos segurando meu quadril me fazendo segura. Do desejo, tesão, querer. Carinho. Ficou ôco o desejo de lembrança do que não foi. Anestesiou. E não saio do lugar. Entre passado e futuro, esqueço de me presentear. Não sei quem sou com o "sem você"; tua ausência me faz companhia, vem me completando. A personificação dela, sobraria. Não te quero mais. Quero a imaginação porque nela sou feliz. Incompletamente feliz.

No playlist toca: "Nunca", (A banda mais bonita da cidade).