Seguro a cabeça entre as mãos. Parece que vai explodir. Tudo gira. Estou numa grande ciranda de mim mesma, dou minhas mãos. Tonteio, cambaleio, envergo e nunca quebro. Sei que gosto de testar meus limites. Não sei até onde pode ser venenoso. Bebo cada gota dessa cura maldita. São palavras. Expurgo fantasias e recolho fantasmas acolhedores. Cada passo, toque e respirar vai pro lado de lá. Não conservo nada de mim, não esqueço. Guardo cada pedacinho do que foi como presente. Vivo lembranças. Tento transformar momentos em eternos. Partilho o que não tenho e me sirvo de mim mesma. Não encontro o que vim procurar. Acho aquilo que não perdi. E mudo o trajeto. Não busco atalhos. Sempre gostei do mais difícil, do mais sofrido, do mais visceral. Grito pra dentro, assim ninguem escuta o pedido de socorro. Assim finjo não existir. Não falo em voz alta pra não se realizar. Vai que um anjo passa e sopra... Gozo de agonia e breu. Parto em duas: de um lado sou trevas, do outro sou luz. De um lado, cruel. Do outro compaixão. Daqui, fel. Dali, moscatel. Eu me seguro pra não cair, não aposto no que é certo pra não perder essa mania de adrenalinar. Sou iniciante no meu jogo. Parece que vou perder se ganhar. Espero não conseguir.
No playlist toca: "Sirena", (Sin Bandera).
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