segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Minha casa abandonada.

No final da rua tem uma casa. Abandonada. Escura. Empoeirada. Não me atrevo a ir lá. Se passo por perto, logo quero me afastar. Os arredores são cercados de enfeites, virtuosismos. Distrações. Apagada: a luz queimada desde o último inquilino. Saiu expulso. Arrancado de um lar que não lhe pertencia. E deixou tudo bagunçado; quinquilharias empilhadas que levaram anos pra serem retiradas. Ainda acham resquícios, catam as sobras. Mas logo jogam fora. Foi uma mudança longa. Levou-se um caminhão de lembranças... Foi trancada por dentro e a placa "Aluga-se", substituída por "Indisponível". Nada habita. Não chego a ir lá. Observo. Tento tomar coragem pra me aproximar. E se doer? Se saltar um monstro com dentes e garras? Se ele me arranca daqui e me leva pra lá? Não posso. Não tento. Não penso. E fujo. Só-corro! Minha corrida retrocede, sonho. E se procuro, não acho. Estanco.  Pé ante pé. Ando. Paro. Adentro. Me perco e lá dentro, me encontro.

3 comentários:

  1. aii que texto divino, adorooo, vc escreve tão bem Pri, sua linda, beijussss

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  2. Achei lindo o que escreveu Pri, vou ler os outros textos. Lindo, lindo, lindo ..

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  3. Minha casa abandonada é o refúgio da minh'alma... vou pra lá quando quero viver só comigo e deixar o mundo fazendo barulho lá fora... ultimamente, tenho a deixado mais abandonada que de costume, quase esquecida, mas vez ou outra vou lá, nem que seja para arrumar um pouco aquela bagunça...

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