domingo, 3 de abril de 2011

Três Marias(dedicado às minhas Marias).

Uma caiu no mar, uma caiu na terra, outra caiu no ar. Eram divinas, tinham sido encomendadas  no céu, talhadas à mão e inexoravelmente destinadas umas as outras. Eram pouco mais que duas e muito menos que seis, formando o total de três. Maremoto, terremoto e furacão. Era o que causavam separadas e caídas. Se perdiam, se procuravam, se machucavam e feriam. Era profundo, era deserto, era vácuo. A fome não era saciada, nem os lamentos recolhidos. Não tinha remédio que curava, não tinha veneno que matava. Se precisavam porque separadas de nada adiantava. Que poder tão grande e simples podia conter aquelas três quando se descobriram e se reconheceram: era uno. Claro e embaralhado. Tudo para elas era revelado, aos outros, um tanto embaçado. Suas palmas se encontraram quando seus destinos se cruzaram. Se entederam quando mais nada era explicado. Caminharam quando os céus lhes foram designados. E uma explosão de cumplicidade as elevaram. Voaram. Voltaram. E lá entre as estrelas, as três Marias se encaixaram.

No playlist toca: "Suave", (Jorge Vercillo).

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