domingo, 15 de maio de 2011

Querida amiga,

            melhor chamá-la assim já que nunca fostes mais que isso. Vim por meio desta carta lhe dizer: desista. Não sei bem como não ser cruel, ou até mesmo grossa mas é que... não é você. Nunca foi. Você nunca serviu pra esse tipo de coisa. Você é escada, talvez uma distração. Uma pausa! Muito boa pra se magoar mas nem tanto para tentar amar. Inúmeras vezes tentei te avisar. Sim, através de sinais, certo. Mas não percebestes? Depois de tantos tombos como ousa pensar em voar? Não tens asas, minha cara. Tens raízes. Raízes fortes. Pés no chão, praticidade, tronco forte essa tua árvore. Boa para se apoiar, boa para deitar, se esticar. Não mais que isso. E não ouses chorar porque você também não foi feita para isso. Choras feio. Tem pessoas que lagrimam lindamente. Não é teu caso. Teu silêncio grita no peito, não contens os urros, grunhidos e tapas. Tão violenta, você. Viu, agora, como o problema é sempre você. Nunca eles. Serves para amar, não para ser amada. Não é drama, não. Rapara bem. Reavalia teu caminho e enxerga se minto. Teus amigos te amam? Teus amores te correspondem? Teus pais sopram teus machucados? Por que não se contenta com o que tens? É você por você. És flor despetalada, nunca desabrochada. Poderia ser paca: tecer teu passado, presente e, provavel, futuro. Mas me atenho até aqui. É um aviso de quem te ama. Talvez da única pessoa que te quer bem. Ou, ao menos, conservada.

Atenciosamente,
eu.

No playlist toca: "Te vi venir", (Sin Bandera).

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