domingo, 27 de março de 2011

Depois de lá.

Aqui no limite do mundo o céu é meu teto, a areia minha cama. Tento alcançar estrelas bailarinas que caem de encontro ao mar, presságio de desejo concedido. A brisa, tão carinhosa, ora dança com meus cabelos, ora tenta me elevar até o pensamento. Ela é cumplice e prima da solidão. É que chorar se tornou tão corriqueiro que as vezes nem me percebo afogada. Não dói, anestesiou. Vislumbro alegrias que nunca foram minhas, cópias de lembranças que um dia busquei e não achei. Se você um dia chegar é capaz de não me achar; é que nem sei se sou de verdade. Daqui de cima, tudo é tão pequenininho, medíocre, desimportante que já não interessa mais os anseios, qualidades, obliquidades, sonoridades. E lá no horizonte, amanhece. Todas as cores se misturam à minha retina, se fundem com minha pele. Escutou o silêncio? Fez-se capaz de queimar pra sentir? Tem coragem de mudar? Então vem comigo. Pulei.

No playlist toca: "Samba de ir embora só", (Fernando Anitelli).

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