sábado, 19 de março de 2011

Palavreadora.

Palavreadora! Foi assim que ela nasceu. Foi assim que ela cresceu. E foi assim que ela não parou. Seu dom era uma maldição. Ela conhecia todas as palavras. A palavra conhecia toda ela. A língua era incontrolável e seus dedinhos eram indomáveis. Seus devaneios saiam pela boca, saltavam pelos ouvidos, escapavam pelo nariz, fugiam pelo umbigo... Sua cabeça afundava travesseiros, as folhas nunca em branco, o silêncio nunca preenchido. Era irresistível a vontade de existir entre textos, subtextos, versos e in-versos. Se escondia entrelinhas, nunca fora. Fazia de cada livro, um degrau. Ela queria estar sempre à espreita, pronta pro bote em busca da palavra perfeita. Ela agarrava e engolia. Era dela, se fundiam. Palavreadora... Era ela que paria, dava sentido, dava a vida. Era ela que encorpava, que exalava, encaminhava. Era dela. E ela era da palavra. Era de palavra.

No playlist toca: "Deve ser" (Jorge Vercillo).

Um comentário:

  1. Adorei o blog, Priii!
    Agora a Srta Palavreadora tem um cantinho pra exalar essência! *-*

    Lindaaa!

    Beijinhos da Glau! ^^

    ResponderExcluir